As imagens da decadência das antigas civilizações explicitadas em cenários formados por construções erodidas e ruínas revestidas por vegetação - via de regra sepultando o que no passado constituíam magníficas obras de engenharia - foram das que mais me instigaram ao longo de minha trajetória enquanto professor e intelectual.

Isto porque as potencialidades das sociedades antigas em desafiar a natureza, declinando tanto na possibilidade de um declínio sucedido pelo predomínio dos fluxos naturais (caso da Civilização Maia, Khmer e Assíria), ou então na esterilização do meio natural (caso da Civilização da Ilha da Páscoa), é de algum modo, uma situação que se repete para o mundo contemporâneo.

Como se sabe, vivemos a possibilidade de um colapso ambiental de proporções sem precedentes, um evento absolutamente distinto das crises ambientais do passado.

Foi, pois a preocupação em discutir a relação das sociedades de outrora com o meio natural e a diferença crucial das crises ambientais do passado comparativamente com o mundo moderno que suscitou a elaboração de Retornos da Natureza, texto de apoio pedagógico para sala de aula, que introduz alguns questionamentos pertinentes a esta discussão.

Material que procede de ensaios preliminares e textos elaborados entre 1992 e o ano de 2002, Retornos da Natureza está aberto para consulta e apreciação de todos os interessados.

Bom proveito!